Um estudo do Fundo da ONU para a Infância, UNICEF, aponta a Guiné-Bissau e o Senegal como países onde não está a baixar o número de raparigas e mulheres sujeitas à mutilação genital feminina.
Uma tendência contrária é observada em quase todas as nações com prevalência moderada citados no relatório “A Mutilação/Incisão Genital Feminina: Uma visão Estatística e Exploração da Dinâmica de Mudança.”
Em entrevista à Rádio ONU, de Bissau, a oficial de Programas do Fundo da ONU para a População na Guiné-Bissau, Cândida Gomes Lopes, disse que a abordagem para desencorajar a prática está a mudar no país. “Não se vai só dizer ‘vocês devem parar’, mas há um conjunto de outras actividades que são feitas. Acções que estão a ser levadas a cabo, a nível local, como albitização, ensino nos domínios de saneamento básico, etc., que leva as pessoas a entender porque se pede que a abandonem a prática, O conjunto das actividades levadas a cabo levam às pessoas a entenderem, ao fim ao cabo que a prática não é boa”, disse.
O documento refere que na nação de língua portuguesa, 18% das guineenses já submetidas ao procedimento sofreram a incisão depois de 15 anos. Estima-se que metade das meninas e mulheres entre 15 e 49 anos foi submetida à mutilação genital feminina no país, que em 2011 aprovou uma lei que proíbe o procedimento. Na próxima década, 30 milhões de meninas estão em risco de sofrer mutilação genital, revelam os dados recolhidos em 29 países da África e do Médio Oriente, onde a prática persiste.
Para além do Egipto, onde 91 por cento das mulheres de 15 a 49 foram submetidas à prática, os países com a maior percentagem da mutilação feminina incluem Somália, em 98%; Guiné-Conacri, em 96%, Djibouti, com 93%, Eritreia e Mali, em 89%, e Serra Leoa e Sudão, em 88%. No caso da Guiné-Bissau estima-se que o número seja por volta dos 50%.
FONTE: www.gbissau.com (AngolaPress / Rádio ONU com GBissau.com, 24 de Julho de 2013)