O procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Abdu Mané, defendeu (terça-feira) uma "melhoria substantiva" na legislação penal da justiça militar do país, que diz estar "inadequada e ultrapassada". A posição de Abdu Mané foi defendida num simpósio subordinado ao tema "Justiça Criminal na Guiné-Bissau", patrocinado pela UNIOGBIS (gabinete integrado das Nações Unidas para a consolidação da paz na Guiné-Bissau) que decorre hoje e na quarta-feira em Bissau. No seu discurso de abertura do simpósio, o procurador-geral guineense disse que a legislação penal militar, cujo quadro normativo data de 1993, precisa de ser adaptada à nova realidade.
Abdu Mané exemplificou com uma lei de 1978 que reformula algumas disposições da justiça militar, e que, "além de se apresentar ultrapassada, contém critérios duvidosos na determinação dos chamados crimes de natureza militar, o que não permite destrinçar a jurisdição penal comum e a jurisdição militar". "Estas situações dificultam um coerente e eficaz combate ao crime", observou ainda o procurador-geral guineense. O presidente do Tribunal Superior Militar, Eduardo Sanhá, não discordou da opinião do procurador-geral, mas lembrou que a justiça militar "é uma estrutura importante" no Estado de direito democrático.
"Eu, como conhecedor da justiça militar e da realidade da justiça militar penso que é um pilar da Justiça num estado democrático", sublinhou Eduardo Sanhá, que confirmou também que o Primeiro-ministro deposto no golpe de Estado de abril passado, Carlos Gomes Júnior apresentou uma queixa-crime contra o chefe das Forças Armadas, António Indjai. "Na promotoria militar deu entrada uma queixa-crime contra o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Eu, enquanto presidente não conheço os pormenores da queixa-crime. A promotoria, como entidade independente, vai apreciar o caso e depois decidir o que fazer", disse Eduardo Sanhá. Sobre o simpósio, o responsável militar afirmou que é uma oportunidade para a troca de pontos de vista entre os civis e os militares sobre a legislação penal do país. Para Abdu Mané, o simpósio servirá como rampa de lançamento para uma reforma da legislação penal no país.
P.S.
Uma sugestão:
Todos os militares que instiguem, protagonizem, ou participem em golpes Militares, serão julgados e sujeitos a uma pena de prisão igual à que é atribuída ao crime de traição à Pátria.
FONTE: Novas da Guiné Bissau (www.novasdaguinebissau.blogspot.com)
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