Ao manifestar a sua preocupação perante o “aumento alarmante da criminalidade organizada, tráfico de droga e proliferação de armas de pequeno calibre ilícitas na Guiné-Bissau”, o Conselho de Segurança apelou, hoje, à comunidade internacional para que intensificasse os seus esforços no sentido de reforçar as instituições de segurança deste país africano. Numa declaração lida aos jornalistas pelo Embaixador Wang Guangya da China, país que detém, este mês, a presidência rotativa do Conselho, este órgão disse estar perturbado com a deterioração progressiva da situação socioeconómica e financeira da Guiné-Bissau.
A declaração à imprensa surge após o Secretário-Geral Ban Ki-moon ter afirmado, no seu último relatório sobre as actividades do Gabinete das Nações Unidas de Apoio à Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNOGBIS), que a criminalidade organizada, e, em especial, o tráfico de droga, constituem um problema “novo e crescente” naquele país. “O facto de se estar a usar a Guiné-Bissau como local de trânsito para drogas ilegais provenientes da América Latina e destinadas à Europa continua a constituir uma grave preocupação para as autoridades e para os parceiros internacionais”, escreveu Ban Ki-moon.
O seu relatório, divulgado ontem, menciona a apreensão, em Abril, de 635 kg de cocaína transportados num veículo em que viajavam dois militares e um civil. Os oficiais foram entregues às autoridades militares e foi iniciada uma investigação, mas foram ambos libertados posteriormente.
O Gabinete das Nações Unidas para a Droga e a Criminalidade (UNODC) vai enviar um especialista em aplicação da lei a Bissau, a fim de ajudar a formular uma estratégia nacional de luta contra o tráfico de droga. Este especialista, cuja missão será financiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), irá trabalhar sob a supervisão geral do UNOGBIS. Mas a declaração emitida hoje pelo Conselho de Segurança – que se seguiu a uma sessão de informação pelo Representante Especial do Secretário-Geral, Shola Omoregie – também saudou a constituição de um novo Governo na Guiné-Bissau, que o Conselho espera que promova “um processo de reconciliação verdadeiramente inclusivo, reforçando desse modo a estabilidade política, parlamentar e governamental”.
Por outro lado, o Conselho “insta o Governo a respeitar os seus compromissos de garantir a disciplina e a transparência da gestão orçamental e a manter um diálogo permanente e construtivo com todos os sectores da sociedade, a fim de criar uma clima político susceptível de conduzir à realização de eleições legislativas livres, justas e transparentes no próximo ano”. As próximas eleições realizam-se na sequência da celebração de um pacto nacional de estabilidade governativa em Março deste ano, entre os principais partidos políticos da Guiné Bissau – o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, o Partido da Renovação Social e o Partido Unido Social Democrata. Este acordo conduziu à tomada de posse do governo do Primeiro-Ministro Martinho Dafa Cabi em 17 de Abril.
(Baseado numa notícia produzida pelo Centro de Notícias da ONU a 10/07/2007)
Fonte: http://www.unric.org/pt/actualidade/11602
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