Dissertação de mestrado tem como tema "Diáspora africana e educação"
SÃO LUÍS - Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Anso da Silva, natural da Guiné-Bissau, tornou-se, nesta terça-feira (24), o primeiro estudante de pós-graduação africano a ganhar o título de mestre em políticas públicas pela Universidade Federal do Maranhão. Sua dissertação, ‘Diáspora africana e educação’, aborda um tipo de imigração motivada pela busca da qualificação, ou seja, a imigração educacional e a inserção dos estudantes africanos no contexto das universidades a qual se destinam.
Todo o processo de socialização desses novos alunos e as dificuldades enfrentadas pelo caminho rendeu ao guineense o título de mestre. A banca de avaliação foi composta pelos professores Horácio Antunes de Sant’Ana Junior, Álvaro Roberto Pires e Elizabeth Maria Bezerra Coelho, a orientadora.
O estudante conseguiu sua entrada no Brasil por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação, o Protocolo PEC-G, que promove a formação superior de cidadãos vindos de países em desenvolvimento e com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. Mas a sua entrada no mestrado em políticas públicas aconteceu da forma regular, competindo com os outros candidatos de maneira igualitária. “A graduação foi um passo, a UFMA abriu as portas para o mestrado e eu abracei a ideia e não me arrependo da escolha”, enfatiza Anso da Silva.
Para a sua orientadora, a professora Elizabeth Coelho, a orientação do agora mestre em políticas públicas permitiu que ela estabelecesse uma relação mais próxima com os alunos africanos e a troca de conhecimento entre as duas nacionalidades, além ter sido útil para desconstruir os estereótipos que existem sobre o negro, “sobretudo quando é africano”, destaca.
Anso Silva diz que a titulação representa uma vitória, que envolve sua família, amigos e, também, o compromisso de contribuir para a melhoria do seu país de origem. “A discussão dentro das universidades, na busca em diminuir as disparidades existentes entre o continente africano e os outros continentes é muito relevante, pois é preciso estreitar, ainda mais, a relação do Brasil com África, não só pela herança histórica, mas como um meio de esclarecer os jovens a buscar uma vida melhor e a inserção deles nas universidades brasileiras, já é um bom começo”, disseAnso da Silva.
FONTE: Conosaba