A Organização das Nações Unidas (ONU) não planeia cancelar a ajuda financeira prometida à Guiné-Bissau, mas está preocupada com a participação dos outros doadores internacionais, disse à Lusa uma fonte do Conselho de Segurança.
“A ajuda não deve ser cancelada, mas existem muitas preocupações devido a esta crise”, considerou.
“Dentro destas muitas preocupações, uma das principais é que os doadores estarão muito relutantes em dar os fundos prometidos, se sentirem que não podem confiar no novo governo ou recearem que vai existir instabilidade de novo”, acrescenta o mesmo funcionário.
A 25 de março, a Guiné-Bissau organizou com o apoio do Programa de Desenvolvimento da ONU e da União Europeia uma conferência de dadores em que foram prometidos 1,2 mil milhões de dólares em ajuda. Para além de pedir aos dirigentes da Guiné-Bissau que “ponham de lado as diferenças” e apostem no diálogo, o secretário-geral das Nações Unidas aposta na revisão da Constituição para que o país avance.
“O diálogo político e a revisão da Constituição vão ser processos críticos. Peço aos órgãos de soberania que trabalhem juntos, ponham de lado as diferenças e criem uma relação construtiva”, lê-se no relatório semestral sobre a situação do país, a apresentar amanhã, sexta-feira, ao Conselho de Segurança, em Nova Iorque.
O relatório foi distribuído a 13 de agosto e ainda não inclui a demissão do Governo pelo Presidente da República, mas já aborda as clivagens políticas na Guiné-Bissau que conduziram à atual crise política.
No relatório elaborado pelo Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), o secretário-geral mostra-se “preocupado com as divisões políticas e sociais enraizadas nos partidos políticos e nas instituições do Estado”.
FONTE: www.gbissau.com
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