quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Não há soluções militares para a Guiné-Bissau, diz embaixador dos EUA

O embaixador dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau, Lewis Lukens, disse hoje que não existe solução militar para o problema do país e afirmou ainda ser uma evidência o contínuo tráfico de droga. Em conferência de imprensa no escritório onde funciona a representação norte-americana em Bissau, já que a embaixada foi transferida para Dacar, capital do Senegal desde a guerra civil de 1998/99, Lewis Lukens fez uma “radiografia” completa da situação da Guiné-Bissau sobretudo a partir do golpe de Estado de 12 de abril passado.

O embaixador americano, que visita Bissau pela terceira vez desde que está no cargo, disse saudar os esforços em curso no país, nomeadamente o trabalho do Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, e a recente retoma das sessões no parlamento. “Não existe solução militar para os problemas da Guiné-Bissau. Só se pode chegar à estabilização através do processo de transição consensual, inclusivo e nacionalmente apropriado com base no diálogo genuíno, posto em prática pela Resolução 2048 (das Nações Unidas) e posto em prática pela CEDEAO” (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), notou Lewis Lukens.

Quanto ao tráfico de estupefacientes na Guiné-Bissau, o embaixador dos Estados Unidos diz que existem provas que apontam para o envolvimento de dirigentes civis e militares no negócio. “É uma evidência o contínuo envolvimento de alguns líderes civis e militares no tráfico de estupefacientes. O Governo dos Estados Unidos apela a todos os oficiais a cessar essa atividade criminosa”, afirmou Lukens, sem contudo citar nomes.

Questionado sobre se o seu Governo reconhece as autoridades de transição, o diplomata americana frisou que, por norma, os Estados Unidos não apoiam governos saídos de golpes de Estado, mas mesmo assim encoraja os esforços da CEDEAO, a única organização internacional que aceita as autoridades saídas da intentona.

Para o Governo americano “é fundamental que as autoridades de facto em Bissau” trabalhem para levar o país a realizar eleições “livres e credíveis”, brevemente, e a partir daí voltar a merecer a confiança dos Estados Unidos.

FONTE: www.gbissau.com (Lusa,18 de Dezembro de 2012)

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