O embaixador dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau, Lewis
Lukens, disse hoje que não existe solução militar para o problema do
país e afirmou ainda ser uma evidência o contínuo tráfico de droga. Em conferência de imprensa no escritório onde funciona a
representação norte-americana em Bissau, já que a embaixada foi
transferida para Dacar, capital do Senegal desde a guerra civil de
1998/99, Lewis Lukens fez uma “radiografia” completa da situação da
Guiné-Bissau sobretudo a partir do golpe de Estado de 12 de abril
passado.
O embaixador americano, que visita Bissau
pela terceira vez desde que está no cargo, disse saudar os esforços em
curso no país, nomeadamente o trabalho do Presidente de transição,
Serifo Nhamadjo, e a recente retoma das sessões no parlamento. “Não existe solução militar para os problemas da Guiné-Bissau. Só se
pode chegar à estabilização através do processo de transição consensual,
inclusivo e nacionalmente apropriado com base no diálogo genuíno, posto
em prática pela Resolução 2048 (das Nações Unidas) e posto em prática
pela CEDEAO” (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental),
notou Lewis Lukens.
Quanto ao tráfico de estupefacientes na Guiné-Bissau, o embaixador
dos Estados Unidos diz que existem provas que apontam para o
envolvimento de dirigentes civis e militares no negócio. “É uma evidência o contínuo envolvimento de alguns líderes civis e
militares no tráfico de estupefacientes. O Governo dos Estados Unidos
apela a todos os oficiais a cessar essa atividade criminosa”, afirmou
Lukens, sem contudo citar nomes.
Questionado sobre se o seu Governo reconhece as autoridades de
transição, o diplomata americana frisou que, por norma, os Estados
Unidos não apoiam governos saídos de golpes de Estado, mas mesmo assim
encoraja os esforços da CEDEAO, a única organização internacional que
aceita as autoridades saídas da intentona.
Para o Governo americano “é fundamental que as autoridades de facto
em Bissau” trabalhem para levar o país a realizar eleições “livres e
credíveis”, brevemente, e a partir daí voltar a merecer a confiança dos
Estados Unidos.
FONTE: www.gbissau.com (Lusa,18 de Dezembro de 2012)
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